Ouça-me é uma coletiva de mulheres que se organiza a partir da escuta, do afeto e da ação. Nascida do desejo de ocupar espaços culturais com protagonismo feminino, especialmente dentro do universo do samba, a coletiva reúne artistas, produtoras, pesquisadoras, mães, trabalhadoras e militantes que acreditam no poder transformador da arte, da coletividade e do feminismo.

Nosso propósito é fortalecer a presença e a voz das mulheres na cultura, com ênfase na valorização das mulheres no samba — ritmo marcado por histórias de resistência e ancestralidade. Atuamos por meio de rodas de conversa, oficinas, campanhas digitais, ações de acolhimento, rodas de samba protagonizadas por mulheres e iniciativas voltadas ao empoderamento feminino e à equidade de gênero.

Acreditamos que toda mulher tem uma história potente a ser contada, cantada e compartilhada. Por isso, nossas ações partem da escuta sensível e da construção coletiva de espaços seguros, onde as experiências de cada uma são valorizadas como forma de luta e expressão.

Samba Negras em Marcha: o samba como ferramenta de luta e resistência

Desde 2015, o projeto Samba Negras em Marcha transforma o samba em uma poderosa ferramenta de luta e resistência. A iniciativa nasceu do encontro de mulheres durante a Marcha Mundial das Mulheres Negras, com o propósito de ressignificar os encontros sambísticos como espaços de fortalecimento coletivo, consciência política e enfrentamento ao racismo e ao machismo.

A coletiva reúne mulheres musicistas de diversas regiões, promovendo rodas de samba itinerantes que circulam por vários estados do Brasil. Cada apresentação é um ato político e cultural, carregado de ancestralidade, diálogo, arte e esperança. Por meio do samba, o projeto promove a valorização da cultura negra, incentiva o protagonismo feminino e propõe uma nova perspectiva de mundo para as mulheres — especialmente as mulheres negras.

Samba Negras em Marcha é canto, é luta, é resistência em movimento..

O Bloco Siriricando é um movimento cultural, artístico e político que transforma a alegria do Carnaval em uma poderosa ferramenta de visibilidade, empoderamento e resistência para mulheres lésbicas e bissexuais. Com um repertório vibrante de marchinhas autorais e versões adaptadas, o bloco celebra a diversidade, combate a lesbofobia e promove a inclusão por meio de letras que abordam temas como o amor entre mulheres, sexualidade, empoderamento feminino e representatividade.

Muito além da folia, o Siriricando atua o ano todo com oficinas de percussão e rodas de diálogo, criando espaços de acolhimento, escuta e fortalecimento para mulheres lésbicas e bissexuais. Em fevereiro, o bloco ocupa as ruas com alegria, ousadia e resistência, reafirmando que o Carnaval também é território de luta, afeto e liberdade.